Meia-Noite em Paris

  Título Original: Midnignt in Paris

  Diretor: Woody Allen

  Roteiro: Woody Allen

  Gêneros: Comédia, Fantasia, Romance

  Sinopse: Uma comédia romântica sobre uma família que viaja para a capital francesa a negócios. A festa inclui um jovem casal de noivos forçado a confrontar a ilusão de que uma vida diferente da sua é melhor.

Ainda escrevo aqui um post só pra comentar como sinopses são ruins e geralmente não dizem nada sobre o filme, ou o livro, ou a peça. Se bem que essa até que não é ruim (ruim é a minha tradução do IMDB). Sinopses quase nunca me convidam a ver/ler algo. Mas bom, deixo isso pra outro post. O fato é: fui ver porque é o novo do Woody Allen, simples assim. E um novo que vinha chamando atenção de pessoas em que confio no gosto. Nem me lembrava direito da sinopse dele, pra falar a verdade. E saí do cinema extasiada. Não tem outra palavra pra descrever como me senti ao sair da sessão.

Eu não consigo apontar um defeito no filme. Ou nas atuações. Ou no roteiro. Não há nada que eu não tenha gostado muito. Não sou boa pra escrever sobre filmes, especialmente seus detalhes técnicos como fotografia e direção. Só consigo sempre focar na narrativa e nos personagens. Então vamos a eles: como o cartaz indica, o protagonista não é o Woody Allen, mas o Owen Wilson. Gil Pender é um roteirista de Hollywood bem sucedido, mas frustrado porque o seu sonho é ser um escritor reconhecido, e não roteirista. Vai a Paris junto com seus futuros sogros e sua noiva, Inez (Rachel McAdams). Na Cidade Luz, o roteirista questiona-se sobre as suas escolhas, e sonha com a Paris da década de 1920, em que pintores, escritores, roteiristas de todos os lugares do mundo frequentavam, se inspiravam, se conheciam. Vemos então referências a grandes do século XX: Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Luis Buñuel, Pablo Picasso, Cole Porter, Adrien Broody fan-tás-ti-co como Salvador Dalí… e é partir de seus devaneios é que vem a reflexão sobre a mitificação do passado, para o bem, e a do presente, para o mal – uma reflexão otimamente bem conduzida,o que acrescenta outro grande ponto ao filme.

Outro ponto? Ah, essa eu já tinha respondido. As referências. Saí do cinema louca pra ver mais filmes, ouvir mais música, ler mais livros. O mérito de uma obra de arte de se remeter a outras, e fazer com que eu fique curiosa por outras, é um dos que fico mais feliz em encontrar, sempre. E claro, que se faça essas referências mil a serviço da história em questão a ser contada, e não um amontoado sem lógiga. E W. Allen escapou lindamente desse risco.

E Paris, ah Paris. Que vontade louca fiquei de conhecer o mercado de pulgas, os cafés (e obviamente as livrarias, sempre uma atração turística pra mim). Logicamente não foi o filme a despertar essa vontade, mas ela ficou maior desde o último sábado.  Depois dos quatro minutos iniciais apenas com tomadas da cidade, das tomadas da chuva caindo, das caminhadas do Gil. Dá mesmo pra esquecer que Paris pode ser uma capital do consumo de luxo, da apreciação pedante da arte,a não ser pela presença da Inez, seus pais, seu amigo insuportável. E mostrar esse contraste entre dois modos de se visitar a cidade (aliás, qualquer grande cidade) é outro dos méritos do filme.

Maravilhoso, enfim. Vi no sábado à tarde com namorado e já estou convidando os pais pra ver comigo. E comprarei o DVD, sem dúvida.

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2 comentários em “Meia-Noite em Paris

  1. realmente foi o melhor dos últimos filmes do woody allen (e um dos melhores dele de todos os tempos)

    e fiquei orgulhoso, modestia a parte, por ser capaz de conhecer e reconhecer a maioria das referencias =P

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