Ouvindo: Sepultura – Against – Drowned Out
Não sei se os poucos leitores do blog sabem, mas tenho uma face headbanger. Um pouco de headbanger, não muito. Até porque não sou FÃ de nada específico, só coisas gerais. Sempre. Sou FÃ de rock, e dentro do gênero tenho minhas preferências, mas elas são tantas que acaba que conheço o essencial de cada subgênero, e pronto. Ontem o que tenho de headbanger em mim ficou MUITO FELIZ. Uma felicidade que transbordou pra hoje, dia em que só estou ouvindo as atrações que ouvi ontem o dia inteiro no Rock in Rio. E sem cansar delas, longe disso.
Primeiro vamos aos pontos negativos do festival. Aliás, uma grande merda daonde todo o resto saiu: Palco Sunset. Pra começar, o som estava horroroso. Pavoroso. Não gosto de ficar na grade, tenho temperamento de velha pra isso. Prefiro ver bonecos de palito. Não me importo de ver os caras das bandas que adoro de longe, sei também ficar feliz no contágio de felicidade que irradia dos palcos para as plateias. Marcelo tem a mesma preferência. Sendo assim, ficamos um pouco longe do palco. O que, no Sunset, foi de matar. Chegamos no meio do Matanza, e fiquei triste de ouvir pouco e mal. Não faço questão de Korzus, ficamos passeando pela Cidade do Rock. Voltamos pro Angra, som PÉSSIMO. Dizem os fãs de Angra que o atual vocalista também não ajuda, então imaginem a conjugação dos dois fatores… e depois o auge do desrespeito e da minha raiva. Pra começar, Sepultura entrou atrasado por problemas técnicos (problemas técnicos no RiR, pode isso Arnaldo?). Andreas entrou pedindo desculpas pelo atraso grande a ponto do Sepultura tocar ao mesmo tempo que a primeira “atração” do palco principal: Gloria (e os shows não deviam ser concomitantes). Nunca tinha ouvido falar deles, parece que é uma banda paulista. Como fico longe dos palcos, tive que me esforçar em me concentrar no Sepultura pra não ouvir os restinhos da famosa-quem Gloria, que foi vaiada. E sim, entrei no coro de “Ei, Gloria, vai tomar…”. Hoje, com a cabeça fria, vi que devia ter xingado o Medina, que fez a besteira de botar uma banda que pode até ser boa, mas é inexpressiva no Palco Mundo, relegando Sepultura, Korzus, Angra e Matanza pro Sunset, e ainda por cima com som péssimo. Mas não, no calor do momento entrei no coro mesmo. Porque queria ver a minha querida Sepultura, com muito mais expressão, no palco principal, com um som melhor. Porque lugar de principiante é que é no Sunset, não o da nossa maior banda de metal (gostem ou não). Pra finalizar os pontos negativos, banda do samambaia que quer ser carismático Coheed & Caimbra. Fosse uma boa banda, tinha ouvido um pouco, ficado curiosa, me dirigido pro palco mundo. Não sendo uma, o pouco que ouvi fiz questão de esquecer que ouvi. Estando no Sunset, vi um pouco do show no telão. Música ruim, vocalista patético tentando ser carismático enfrentando um público apático, doido pra eles acabarem logo pra vir o Motörhead. Não importa o que digam, não entendo a escalação dessa porcaria do Coheed & Caimbra pro RiR. Ou deles terem ficado no principal. Com tanta banda BOA de rock pesado no Brasil, porque somos obrigados a ouvir duas bandas inexpressivas no palco principal? Eu, que não sou fã de Korzus, ficaria muito mais contente se fossem eles a abrir pro Sepultura no principal, e depois virem as atrações internacionais. Não me conformo, não adianta, com o papel relegado às nossas queridas bandas (novamente, não sou fã de Angra e Korzus), que ralam pra cacete e continuam não sendo reconhecidas, a não ser pelo seu público específico.

Chega de xingar, vamos aos momentos felizes. Começando pelo Sepultura. Depois do show de ontem, com todos os problemas já relatados, fiz uma promessa a mim mesma: nunca mais perder um show deles no Rio, a não ser por razões extremas. Engoli mosca por muitos anos, ontem desentalei “WAR FOR TERRITOREEEEEE” que estava na minha garganta há TREZE anos. E foi lindo ver a roda que abriu numa das minhas preferidas, Refuse/Resist. E gritar “SEPULNATION!” e pular muito com todo mundo no lindo fechamento com Roots Bloody Roots. LINDO. E Tambours du Bronx, hein? Gostei, gostei, irei catar
Motörhead. Taí uma banda que amo respeitar. Não consigo ser fã da música deles. Poucas músicas deles realmente chegam ao meu âmago. Mas mesmo assim estar “perto” de uma lenda viva do rock foi muito bom – eu gosto mais do Lemmy do que das músicas dele LOL. Pena que das poucas músicas deles que GOSTO eles tocaram só Ace of Spades. E ah, o som estava ruim ¬¬
Slipknot. Só uma palavra: FO-DA. Ok, essa é a definição. Agora a explicação. Vou confessar uma coisa aqui: letras de música em inglês, só consigo saber qual é quando a leio, acompanhando. E não fiz isso com Slipknot, ouvia só como pano de fundo. Mas isso não me impediu em nada de curtir o show. Porque música não é só entender o que o cara tá dizendo, música pode mexer com o fundo das pessoas apenas pela sua sonoridade. E Slipknot mexe comigo. E o vocalista, Corey Taylor, é carismático toda vida. E a banda também. Pronto. Dois ingredientes pra eu começar a moer minha coluna e minha nuca, bangueando. E ficar feliz. E prometendo a mim mesma que vou pegar as letras pro próximo show acabar ainda mais com a minha pobre voz.
METALLICA. Foi no show deles que definitivamente fiquei com vontade de fazer esse post, e começar a escrever sobre música com mais frequencia. A felicidade que me tomou desde 1h da manhã de ontem ainda não saiu daqui de dentro. E por uma razão muito simples: no show deles, vi um filme da minha vida ali. Um daqueles momentos mágicos em que você (vou ser brega) chega ao seu âmago, encaminhada por algo que ama muito. Quando começou a pirotecnia que antecede One começou, eu não sei como eu não chorei (só vim a chorar em Nothing Else Matters). Sem exagero, sou apaixonada por essa música desde muito pequena – tanto que não sei desde quando. Sendo uma das músicas mais palatáveis do Metallica, é uma das mais fáceis de se ouvir aleatoriamente por aí. E não estou exagerando: desde pequena, One e Enter Sandman me fisgaram nessas ouvidas aleatórias. Foi a atenção que dediquei a elas desde pequena, quando nem sonhava que letras poderiam ser importantes, que determinou o que, aos 13, descobri: a minha face headbanger. Não importa o quanto os TRUU vocifere em que essas músicas são mainstream demais, que a banda se vendeu, all this bullshit. Elas mexem comigo desde a minha tenra infância, e é isso que me importa. Da infância pra adolescência: as músicas matadoras do Kill ´Em All, o último álbum deles a ser digerido por mim (pudera, o mais pesado…). E depois,a fase adulta, em que finalmente vi aquele tesão de homem James Hetfield ao vivo. Vinte anos em duas horas, ouvindo as músicas que amo desde criança, que me fizeram gostar de rock pesado. Uma sensação incrível, uma leveza indescritível.
E uma coisa comum a todos os bons shows do dia: o entendimento do porque não me importo tanto em ficar colada com as bandas. Primeiro, o motivo mais fácil de alcançar: não gosto de ficar exprimida. O segundo motivo eu sempre acho piegas quando leio alguém escrever, mas vou ser piegas. Pra alguém que não tem religião, como eu, esse é o momento em que me sinto mais re-ligada a estranhos: o momento em que todos estão sentindo a mesma felicidade, ainda que cada um tenha seus motivos pessoais. Em que todos estão pulando, cantando, levantando seus punhos fechados, pelo mesmo motivo: terem sido contagiados pelo som de uma banda. É quando se faz parte de algo maior do que seu círculo de familiares e amigos. Uma sensação que espero sentir o mais brevemente possível
Os shows de ontem no Rock in Rio estavam muito bons mesmo! Foi realmente lamentável os problemas com o som do Palco Sunset, eu fiquei mais na frente no show do Angra e o som só foi melhorar depois da música que a Tarja cantou sozinha (devem ter dado um puxão de orelha no pessoal dos bastidores naquele momento).
Eu não conhecia muito bem o Slipknot e a banda me conquistou não só pela música em si, mas pela presença de palco de seus integrantes.
Metallica foi um show a parte, não tenho palavras pra descrever o show!
Um dia pra ficar na memória, com certeza! =)
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Confesso que a visão da imagem do Slipknot não me é agradável (assim como a música), mas por Metallica eu suportaria o show deles.
E você trouxe a constatação da falta de visão da organização, ao deixar uma banda consagrada como Sepultura para palco secundário, e colocar Gloria para tocar.
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O Sepultura escolheu tocar no Palco Sunset porque queria se apresentar com os franceses do Tambour Du Bronx, um projeto que a banda vem desenvolvendo atualmente. O Palco Sunset foi escolhido pelo Sepultura porque era o palco direcionado para a integração entre os estilos musicais. No Palco Mundo, eles não poderiam fazer isto.
Foi um dia realmente FODA… um dia de rock’n’roll na veia!
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Não sabia disso não, valeu pela informação.
Uma pena que pra tocar com o Tambours eles tiveram que ir praquele palco de merda… 😦
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Poderiam ter levado ambos para o palco principal, ou ainda, ter feito uma participação especial do Tambours no show do Sepultura no palco principal.
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