Homenagem aos mestres

Sábado, 15 de outubro, foi o Dia dos Professores. Queria ter escrito algo no dia, mas a falta de  inspiração foi terrível e não consegui atingir meu intento. Hoje faço nova tentativa. Vamos a ela.

Primeiramente, homenageio meus primeiros e eternos professores: a minha família. Não só porque me ensinaram o mais importante: ética, bons modos. Isso também. Mas, para quem não sabe, nas minhas famílias – ao menos nos membros mais próximos – são raros os que nunca pisaram numa sala de aula. Não foram todos os que permaneceram em sala, mas grande parte gostou e ficou. Estou aqui agradecendo pela inspiração dada pelos parentes professores: ver que todos tem um mínimo de conforto e lazer, vontade de permanecer na profissão, foi muito importante para que o medo de início de vida de formada ficasse suportável. Antes de inspirarem a minha carreira, meus parentes (professores ou não), foram ainda mais importantes: sempre, desde a infância, todos incentivaram minha curiosidade e minha imaginação. Nunca esquecerei das idas ao cinema com meu pai, os livros infantis que ganhei de presente da minha avó, as leituras de contos de fadas e de Monteiro Lobato com a minha mãe, as idas ao teatro com a minha irmã. Inesquecíveis também as conversas sobre todos os assuntos que me despertavam a curiosidade.

Na minha infância e na minha adolescência, não foram apenas meus familiares os meus mestres. Os professores do CAp-UFRJ, escola em que estudei por onze anos, foram fundamentais e inesquecíveis. Desde o primário até o terceiro ano do Ensino Médio, foram muitos os meus heróis. E não apenas os das matérias que sempre gostei, mas também alguns dos meus professores de exatas.  Não encontrei na maioria dos professores do CAp uma revolta comigo advinda de incopreensão. Explico: nunca fui uma aluna exemplar. Muitas vezes deixava de estudar, algumas vezes matei aula. E mesmo assim não recebi tratamentos ríspidos. Firmes, mas educados. Claro que o respeito com que sempre tratei todos ajudou,mas uma relação de respeito é sempre de via dupla. Meus professores de exatas, se não conseguiram fazer com que eu gostasse das matérias deles (não tenho paciência para ficar fazendo contas), se conseguiram ensinar pouco de seus conteúdos pra mim, ensinaram o respeito a todos, gostem ou não das mesmas coisas que nós (lição que levo pra sala de aula). Mesmo os professores das matérias que hoje me são úteis – humanas e línguas – me ensinaram além das suas disciplinas, ensinaram a aceitar o tempo daqueles alunos curiosos, mas que  por um motivo ou outro não rendem tudo o que poderiam. Um traço da minha adolescência foi,  gostande de estudar, negar a mim o quanto isso podia ser prazeroso – negação, aliás, que demorou ainda um pouco para cessar. Lamento um pouco que isso tenha acontecido, mas fez parte da minha vida e do meu aprendizado.

Se antes escrevi o quanto foi fundamental para mim meus professores do CAp terem percebido minhas pontencialidades e conseguido respeitar meu tempo, me concentro agora na homenagem à minha orientadora desde a graduação, Andreia. Fui bolsista de Iniciação Científica, escrevi a monografia e agora escrevo a dissertação de mestrado sob orientação dela. Não foi apenas no colégio que rendi menos do que poderia. Embora tenha feito isso de forma bem menos frequente na graduação, algumas vezes pisei na bola, entreguei trabalhos com atraso ou não tão bem feitos. Andreia, é claro, não deixou de chamar a minha atenção pelas falhas. E, gostando do meu trabalho, conseguiu não desistir de mim por conta dos vacilos. Demorei a aprender a ser uma pessoa responsável, mas aprendi. Tive essa sorte imensa, de encontrar uma orientadora que gostasse do meu trabalho e seguisse na aposta de conseguir me ajudar a ser uma pessoa mais responsável. O misto de objetividade, sensibilidade e inteligência fazem da Andreia a “peça” que faltava na minha educação. Mistura que se encontram em todos os aqui homenageados, e que desejo alcançar, de forma a  ser uma professora à altura dos meus mestres.

Agora peço licença pra finalizar: preciso fazer voltar às tarefas do mestrado Smiley piscando

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Um comentário em “Homenagem aos mestres

  1. Minha mãe foi professora e dela recebi muito incentivo (às vezes temperado por algumas merecidas palmadas) para me dedicar ao estudo e aos livros. Essa é, na verdade, a grande herança que pais podem deixar aos filhos. Fui privilegiada por uma família que amava e honrava os livros e o saber. A todos os mestres a minha admiração sempre será pouca. Beijos e boa semana!

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