Meu novo vício: Doctor Who

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Abençoada seja a TV Cultura, que deu um empurrãozinho final pro meu novo vício se concretizar: Doctor Who. Para quem não sabe, é a série televisiva de ficção científica que é transmitida há mais tempo – desde 1963. Mas não de forma ininterrupta, entre 1989 e 2004 não houve exibição, voltando ao ar em 2005 – a chamada retomada. Já tinha minha curiosidade sobre a série: ficção científica, amigos meus de bom gosto são fãs. Aí a Cultura me deu o empurrãozinho: na segunda semana de março começou a transmitir a retomada, desde a primeira temporada. Não pude ver naquele momento – estava fazendo os últimos ajustes da dissertação – mas assim que pude, algo como um mês depois, parei para ver o que tinha perdido. E viciei.

Mas estou viciada no que mesmo? Então. Muitas coisas que amo estão nessa série. Ficção científica (ficando viciadinha). Viagens espaço-temporais. Aliens – especialmente o Doutor. Sim, o protagonista da série gosta de ser chamado de Doutor. Não diz seu nome verdadeiro, usa apenas esse título e assim é respeitado. E não se engane por sua aparência humana: ele é um Senhor do Tempo, um alien com dois corações. Um alien com dois corações, último de sua espécie, inteligentíssimo, engraçado, com mais de 900 anos e, até agora, com 11 diferentes corpos e personalidades. Viajante do tempo e do espaço. Sim, num episódio ele está na Terra, século XXI, e no seguinte viaja para o “evento” da destruição da mesma. Falta ainda explicar os corpos diferentes, né? Essa é a sacada que permite um personagem e 11 atores: quando o Doutor está para morrer, se ele estiver perto da sua nave, a TARDIS, ele se regenera – continua com as mesmas memórias, parte da essência da sua personalidade, mas “detalhes” como aparências e gostos se modificam bastante entre uma regeneração e outra. Um reinventar-se constante.

Claro que o Doutor não anda por aí sozinho. Até anda, mas não é sua tônica. Ele tem (quase) sempre um ou mais acompanhantes. Na maior parte do tempo, humanos. Aliás, nas temporadas da retomada, apenas humanos. Rose, Martha, Donna, Amy e Rory. Todos com seus momentos adoráveis, todos com seus momentos malas (uns  com mais momentos malas do que os outros… faz parte). Todos inteligentes, capazes de tomarem iniciativas que salvam o dia (e frequentemente salvando a vida do próprio Doutor). E todos absolutamente normais, com vidas absolutamente normais até encontrarem o tal do ET. Uma vendedora, uma estudante de medicina, uma secretária temporária, uma, er, moradora do interior e um enfermeiro. Nada de excepcional. Nenhum Einstein. Apenas ingleses comuns (já disse que a série é inglesa?) tendo atitudes humanas, boas e más, com um alienígena comentando-as, contrastando-as com a sua raça e outras mais. E, logicamente, contrastando seus escolhidos com os que por algum motivo nunca poderiam ser – como um ser estúpido da primeira temporada, ou alguém especialmente violento.

E ah, temos outros aliens. E os vilões. Logicamente um seriado em que tem-se como protagonista um alien viajante no tempo e no espaço está recheado de aliens. Bons aliens, aliens sofrendo problemas nos seus planetas natais, aliens imperadores. Aliens mocinhos, vilões, exploradores, explorados por seres humanos inescrupulosos do futuro (futuro do ponto de vista terráqueo, lógico). Contrastes com a humanidade, com o que temos de pior e melhor. A sede de poder e o ódio, encarnados nos Daleks. A exacerbação do louvor da razão em detrimento da emoção, com os Cybermen (criados, aliás, por um homem numa realidade paralela).

E a crítica à humanidade não fica apenas nos episódios em que somos contrastados com os grandes vilões. Aliens de menor importância (quase sempre é um alien o responsável pelo problema causador do episódio) são como degraus para a realização de críticas, mais ou menos ácidas, à humanidade. Ao quanto podemos nos vulnerabilizar pela busca incessante de informação, sem espaço para reflexão. O quanto podemos ser violentos, escravizantes, imperialistas. Mas também o quanto podemos ser interessados no nosso desenvolvimento, no bem estar do próximo, na colaboração mútua – não é só crítica, afinal é um seriado de tv, não um livro distópico.

E ah, a cereja do bolo: os episódios em que o Doutor e sua acompanhante viajam para um momento do passado da Terra e visitam celebridades históricas. Os mais marcantes: Charles Dickens, Rainha Vitória, Shakespeare, Madame de Pompadour, Van Gogh. E, claro, sem esquecer as viagens a momentos marcantes, como a II Guerra (mas com a chatice patriótica de como a Inglaterra teria sido bastião da defesa da democracia, blérgh) ou a Grande Depressão de 1929. E, ainda na cereja do bolo – quer dizer, cerejas, né. O humor. Que te faz rir muito mesmo em episódios que te fazem chorar.

Enfim, uma série adorável e viciante. Vejam, vejam, comentem comigo no Facebook! 😀

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2 comentários em “Meu novo vício: Doctor Who

    1. Quando você se livrar, vai se sentir tão bem, vai ver 😀

      E Dr. Who vale a espera, e está lá esperando por vc 🙂

      Curtir

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