Ontem estava eu buscando inspirações para futuros looks na internerds quando me deparei com esse blog: Moda de Subculturas. Um blog realmente bom, em que se apresentam novidades alternativas e com uma ótima parte de História da Moda, e ainda reflexões sobre a moda. E de um trio de posts é que veio a ideia desse post aqui.
Nesse trio(posts 1, 2 e 3), a autora reclama da pasteurização da moda alternativa – o tanto que a moda mainstream se apropriou do que no passado foram formas estéticas de se protestar contra a nossa sociedade contemporânea. O que em certa medida concordo com ela: amores da vida, caveiras não são coisas bunitinhas, não comportam corações no lugar das órbitas. E ficam MUITO estranhas nas sandálias e sapatilhas da Di Santinni. E acho estranho jogadores de futebol se apropriarem do moicano (não que eu seja fã de moicanos, mas enfim).
Reclama também como essa pasteurização estaria contribuindo para o definhamento das subculturas e dos esvaziamentos dos significados de suas modas específicas. Com a internet cada um pode fazer uma busca de imagens no gúgol e a partir daí se vestir de gótico, ou headbanger ou (insira uma subcultura aqui) – e isto, meus amigos, isto é bem ruim. É mais fácil do que nunca ver meia dúzia de clipes no Youtube e se dizer “fã” de uma banda. Sim, estes comportamentos, conjuntamente com a pasteurização da moda alternativa, e seu “maior aceitamento”, poderiam significar o fim das subculturas.
Ou podem significar, como eu defendo, apenas uma reestruturação do que seja o “alternativo”. Uma maior aceitação a pessoas com gostos MUITO multifacetados, dos destribalizados, mas que também não se sentem à vontade com os gostos mainstream. Uma aceitação maior de que alguém se sinta parte de uma subcultura E TAMBÉM de outra. Por que Punk OU Metal, se podemos gostar musicalmente e esteticamente dos dois? Por que não num fim de semana ir a um show punk e no outro, num de metal? Num dia se apropriar da vestimenta de um grupo, e no dia seguinte, de outro?
A profundidade dessas apropriações, o saber o que está vestindo, é outra história. Cabe a nós da era pré-internet mostrarmos pra molecada que uma pesquisa de imagens no gúgol e outra no vctubo não garante conhecimento e direito de apropriação a ninguém. Se é para sermos pós modernos, sem rótulos muito definidos, que sejamos de forma decente: uma boa apropriação requer conhecimento daquilo que se apropria