Fui buscar saber o porquê de comemorarmos esse dia e a resposta que encontrei no Calendarr foi essa:
Origem do Dia do Leitor
O Dia do Leitor foi criado em homenagem a fundação do jornal cearense “O Povo”, criado em 7 de janeiro de 1928, pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha.
Neste jornal, que ficou conhecido por combater a corrupção e divulgar fatos políticos, existia um suplemento chamado “Maracajá” que se tornou um espaço de divulgação do movimento modernista literário cearense na época.
As obras de Demócrito Rocha são de grande importância para a cultural regional. O autor pertenceu à Academia Cearense de Letras, enquanto era vivo.
Confesso que nunca tinha ouvido falar desse jornalista, o que também não chega a ser um grande problema: impossível conhecer tudo. Aliás, impossível ler tudo: temos que selecionar. E aí que vem uma pequena discussão que quero fazer: como selecionamos nossas leituras e, principalmente, se nossas leituras nos fazem leitores “melhores” ou “piores”. Dito de outra maneira: toda leitura é válida?
Na minha opinião, sim. E confesso que não tenho muita paciência para o discurso contrário (se mostrei paciência em algum momento, foi por educação). Explico: vivemos num país em que grande parte das população não é leitor pleno: como hierarquizar o que eles lêem? Ao longo do tempo, venho observando que qualquer leitura que a pessoa faça contribui para desenvolvimento de raciocínio e muitas vezes contribui para o desenvolvimento da escrita. Mas como querer que uma pessoa que mal lê, que lê com dificuldade, leia clássicos e/ou aclamados? Esse tipo de pressão só afasta as pessoas dos livros, como vemos frequentemente nas escolas. Aliás, conheço grandes leitores de quadrinhos que foram afastados dos livros por conta de pressão por “melhores leituras”. Leitores que muitas vezes rendem conversas mais interessantes, vindas de melhores reflexões, do que discussões com leitores de russos clássicos. Muitas vezes o leitor de clássicos não traz a reflexão para a vida, e o leitor de quadrinhos traz. E claro que o contrário acontece. Não é apenas a leitura que importa: o leitor é essencial para a qualidade da leitura.
Para além dos problemas educacionais já mencionados – alfabetização incompleta, pressão da escola – tem ainda o problema da rotina de cada um. Muitas vezes uma rotina massacrante não permite uma leitura mais densa e prolongada, e qual é o problema disso? Muitas vezes a leitura é apenas o descanso de um dia complicado, falar mal da qualidade de leitura apenas por ser livro de entretenimento? Fácil falar “mas a pessoa tem que eleger suas prioridades” difícil é aceitar ~de verdade ~ que o outro procure ler apenas pra descansar, né.
Quantas vezes não ouvi algo do tipo “mas só tá lendo infanto-juvenil agora, né”. É. E quando der na telha volto pro Tolstoi. Infanto-juvenis são ótimos para refrescar, para retomar ritmo de leitura, para entreter. E para refletir também. Os temas da literatura são os mesmos: amor, amizade, envelhecimento, morte… O que diferencia um gênero do outro é a forma como os temas são abordados. Agora mesmo estou lendo um infanto-juvenil que tem como temas amizade e superação de morte. Essa semana, li um conto infanto-juvenil em que um dos temas era envelhecimento. Adoro abordagens mais leves desses temas. E não fujo de abordagens mais densas. Mas cada leitura é apropriada para um momento da nossa vida, seja uma leitura mais leve ou uma mais densa. O importante é ler (ou não, mas deixo isso para outro post).
Nesse Dia do Leitor, leiamos. O que quisermos ler. O que for o melhor para o nosso momento de vida. Sem nos preocuparmos se é uma grande leitura ou não. Viva o nosso dia!! 😀