Das delícias e agruras de uma pós-graduação

Vida social?

Tive a ideia de escrever esse post ao experimentar as duas na mesma manhã. Uma amiga me xingou muito porque não vou  à festa de formatura de uma grande amiga nossa, que é hoje a noite. Minutos depois, li um e-mail da minha orientadora elogiando meu trabalho. Emoções variando de minuto a minuto: eis a vida de um pós-graduando.

Entendo a minha amiga. Somos parte de um quarteto feminino formado no colégio, e continuamos inseparáveis, apesar de nossas vidas não nos permitir mais nos ver com a frequência que gostaríamos. Nossa amiga se formou em medicina, depois de seis longos anos se esforçando, sacrificando noites, bares com os amigos. Merecidamente, vai virar a noite bebendo e dançando, comemorando a conquista. E eu, parte do quarteto, não vou estar lá prestigiando esse momento. É frustante mesmo.  Por outro lado, não há muito o que eu possa fazer. Estou na reta final da dissertação, defendo em março, não posso perder um dia de trabalho por causa de uma festa – mesmo com a importância que esta tem. Com dois capítulos para escrever em 10 dias, perder um desses 10 dias é um luxo que não vou me permitir dar. Novamente: entendo a revolta da minha amiga.  Quando só se tem a graduação (e não é demérito pra ninguém ser “só” graduado), não temos ideia da diferença de cobrança. É uma diferença que só se pode entender vivendo, não adianta eu dizer que é diferente, que é muito pior.  Que, mesmo que eu conseguisse estudar alguma coisa no domingo, seria um dia de estudo praticamente perdido, pois teria que refaze-lo para que o resultado saísse satisfatório. Então, amiga, amo vocês três, muito. São as únicas amigas que têm foto no meu quarto. Vocês são as minhas irmãs. Mas infelizmente hoje estarei ausente.

Minutos depois de ser muito xingada no msn, leio o e-mail da minha orientadora. Nesse e-mail, senti que ser xingada pela minha melhor amiga valeu a pena. Não só por ela, mas por todos meus amigos que me sentem ausente. Meus sacrifícios estão valendo a pena. Meu trabalho voltou a fluir depois de um tempo de complicações, e está sendo reconhecido por uma orientadora exigente. E sei que ainda tenho dois meses de muito esforço pela frente, mas vou com a confiança de quem sabe que está no caminho certo. Para quem adora estudar, como eu, é uma compensação e tanto. Mesmo se não gostasse: é muito bom saber que seu esforço está sendo recompensado. Que ao final desses dois meses sairei com meu grau de Mestre em História Comparada, o que vai ser muito bom para a carreira que escolhi: ensinar o que aprendi.

3 comentários em “Das delícias e agruras de uma pós-graduação

  1. Não dá pra ver a primeira foto :O
    Defende em março e se livra logo disso que nem eu não aguento mais vc mestranda. Vira mestra logo, mulher!
    Estou na torcida!!

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    1. Pois é, acabei de consertar.
      É, vida ruim pra todo mundo, mas logo logo acaba.
      E daqui a alguns anos, Alinde versão doutoranda….rsrsrs

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  2. Pois é, só quem fez mestrado entende.. As pessoas tem na cabeça como idéia de academia a sua experiência na graduação… Que não tem NADA a ver =p

    É muito muito difícil estudar e escrever..

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